No âmbito do projeto ‘Portugal Mais Acessível’, a Associação Salvador, em parceria com três associações nacionais, lança mais uma ação denominada ‘A Reserva – Menos Desculpas, Mais Respeito’.
Após o lançamento da aplicação ‘+ Acesso para Todos’, que tem como objetivo envolver e sensibilizar a sociedade para a temática da acessibilidade, um dos maiores problemas que existe e tem sido detetado é a falta da mesma nos restaurantes. Um degrau à entrada, uma rampa demasiado inclinada ou alta, a falta de casa de banho acessível ou até reservar mesa por telefone, em que confirmam a acessibilidade do local mas que acaba por não corresponder à realidade. Estes são apenas alguns dos exemplos mais comuns que se encontram.
A Associação Salvador, a Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Faro (APPC Faro) e a Mithós – Histórias Exemplares, Associação de Apoio à Multideficiência juntaram-se para esta ação, pois não conseguem ficar indiferentes a esta realidade e afirmam que chega de desculpas.
O lançamento do vídeo ‘A Reserva’ é uma das 14 iniciativas do ‘Portugal Mais Acessível’, o projeto vencedor do Prémio Solidário 25 anos SIC, criado pela SIC Esperança para comemorar o aniversário da SIC. Tem como objetivo dinamizar várias ações ao longo deste ano com o intuito de sensibilizar a sociedade para os obstáculos que milhares de pessoas enfrentam para se movimentarem diariamente.
A necessidade de planeamento antes de sair de casa ou a falta de autonomia para se jantar fora é algo que não deve acontecer. Uma cadeira elétrica pode pesar cerca de 200kg, o que torna impossível não só pegar em braços como ultrapassar um simples obstáculo como um degrau.
A questão que se coloca é: Como se sentiria se para jantar fora tivesse de ser pegado ao colo?
Recordamos:
+ Acesso para Todos
A aplicação ‘+ Acesso para Todos’ tem como objetivo envolver e sensibilizar a sociedade para a temática da acessibilidade. Desta forma, permite classificar todos os locais a este nível.
Caso um local não seja acessível, é possível fazer uma reclamação, enviada diretamente para as entidades responsáveis pela fiscalização: o Instituto Nacional para a Reabilitação e as respetivas Câmaras Municipais.
Esta aplicação é de fácil utilização e, inclusive, já foi classificada como o TripAdvisor das acessibilidades.
Lei obriga à acessibilidade dos espaços públicos, mas a realidade é diferente
O Dec. Lei nº.163/2006 obriga à eliminação de barreiras que impeçam pessoas com mobilidade condicionada de utilizar espaços públicos em condições de igualdade com os outros cidadãos. Aprovado em 2007, estipulou um prazo de 10 anos para eliminar barreiras arquitetónicas e criar as condições necessárias à não discriminação, prazo que terminou a 8 fevereiro de 2017.
No entanto, Portugal ainda está longe de se atingir o cumprimento da lei e milhares de cidadãos com deficiência motora continuam a deparar-se diariamente com obstáculos que impedem a sua deslocação com normalidade. A falta de acessibilidades traz outras consequências graves para esta população, impondo barreiras à sua independência e autonomia maiores do que a própria deficiência.