Está aberta a fase de candidaturas para os maiores prémios de sempre atribuídos em Portugal na área das neurociências. São uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e têm um valor total de 400 mil euros.
Foram apresentados ontem, no Mosteiro dos Jerónimos, numa cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O Provedor da Santa Casa, Pedro Santana Lopes, abriu a sessão salientando a importância do investimento na investigação médica e científica em neurociências e anunciou a atribuição de dois prémios de 200 mil euros cada:
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Prémio Melo e Castro, para as lesões vertebro-medulares, área em que Santa Casa foi já pioneira no país, em 1966, com a abertura do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão;
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Prémio Mantero Belard, para doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, como Parkinson e Alzheimer, que afetam já 153 mil portugueses, número que deve duplicar até 2030.
À semelhança de várias outras iniciativas que têm sido desenvolvidas pela Santa Casa, com vista a melhorar a qualidade de vida dos mais desprotegidos, (como os “Encontros com Vida”, o “Inter-Gerações” ou o “Viver Melhor”) a atribuição destes prémios pretende constituir “um novo incentivo” à comunidade médica e científica para encontrar “novas descobertas” e “novas soluções” para a prevenção, tratamento e cura de patologias, promovendo melhores cuidados de saúde, referiu o Provedor. Sobretudo – salientou – numa conjuntura de crise que dificulta a investigação e o desenvolvimento nacional e que exige que a Santa Casa assuma o seu compromisso de apoio aos mais desfavorecidos.
Numa intervenção que encerrou a cerimónia, o primeiro-ministro elogiou os cientistas e os investigadores portugueses, salientando que neles se deposita a esperança de melhoria do bem-estar coletivo. Pedro Passos Coelho saudou a decisão tomada pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de promover os Prémios Neurociências e agradeceu a Pedro Santana Lopes, “em nome de todos os portugueses, por ter acrescentado, de forma tão significativa, estas áreas” à instituição.
A cerimónia contou ainda com as intervenções do neurocirurgião, João Lobo Antunes (presidente do júri dos Prémios) e do cientista Alexandre Quintanilha, tendo ambos salientado a importância do apoio da Santa Casa para o desenvolvimento da investigação destas patologias.
Entre o público que se deslocou aos Jerónimos para assistir à sessão, encontravam-se vários cientistas estrangeiros, como George Perry, da Universidade de S. António, no Texas, um dos mais reconhecidos investigadores da doença de Alzheimer, a nível mundial. Representantes das universidades de Lisboa, Porto, Coimbra e de várias sociedades médicas nacionais marcaram ainda presença na cerimónia.
As candidaturas para a primeira edição destes Prémios que contam ainda com a chancela do neurologista António Damásio (que não pôde estar presente) decorrem até ao próximo dia 16 de setembro.
Para mais informações consulte http://www.scml.pt