No dia 22 de Outubro de 2013, no espaço Spot, no Inatel, com a presença do presidente da Associação Salvador, Salvador Mendes de Almeida, do Presidente da Caritas Prof Eugénio Fonseca, do representante da APAV, Nuno Catarino, da Presidente da Pravi, Conceição Vale D’Agua, do presidente do Inatel, Prof. Fernando Ribeiro Mendes, a presidente da Associação Cedro, Maria Helena Corrêa e da autora, Cristina Vaz de Almeida, foi lançado o Livro «Marketing Social e Responsabilidade Social em Organizações Sem Fins Lucrativos. Um caminho para a Cidadania».
Segundo a autora, «Estas organizações são exemplos em como é possível acreditar que, com a força de vontade, estrutura organizada, capacidade humana, muito trabalho, muita resiliência, dedicação contínua e visão, é possível contribuir para um mundo melhor e para se mudarem comportamentos que podem conduzir a uma sociedade mais equilibrada entre as forças que a dominam. Sabemos que existem outras organizações sem fins lucrativos que trabalham também para os mesmos fins e que estão incluídas neste perfil. As razões que a levaram a escrever este livro, depois do convite da Cedro Associação, no âmbito do projeto aprovado pela CIG – Comissão para a Igualdade de Género foi de fato o tema sobre os caminhos a seguir para uma mudança de comportamento, que torne as pessoas mais justas, mais colaborativas, mais participativas, mais empoderadas.
A ligação ao marketing social foi um caminho natural para chegar a este livro, no âmbito da sua experiencia académica e profissional. Pois, enquanto o marketing comercial procura transmitir vantagem de um determinado produto, serviço ou marca, o marketing social procura estimular a consciência social em cada individuo e leva-lo a adotar novos hábitos, que vão contra a comodidade individual. Promove assim a adoção de comportamentos, atitudes, valores e ideias sociais, não apenas no individuo, no grupo onde ele está inserido e também contribui para o despertar das comunidades, sejam estas sociais, politicas, educacionais, económicas, culturais ou outras.
As entidades convidadas para comentarem o tema do livro são disso um excelente exemplo. A Caritas, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a Associação Salvador e a Pravi constituem organizações que têm batalhado incessantemente pela maior intervenção e participação social do cidadão, enquanto elemento direto da mudança de comportamentos, assim como para uma abertura social, económica e politica de transformação. Aprender com eles parece ser o caminho a seguir, para a se darem passos mais certos nesta caminhada de partilha e de aprendizagem comum.
Ficam pequenos excertos dos belíssimos textos oferecidos por estas organizações a este livro Marketing Social e Responsabilidade Social em Organizações sem fins lucrativos. Um caminho para a Cidadania:
Citando o Professor Eugénio Fonseca, presidente da Caritas – «A luta contra a pobreza exige também uma nova consciência social, que tarda em surgir, conducente à abolição de preconceitos generalizados que fazem com que, em vez de lutar contra a pobreza, se ataquem os mais vulneráveis. O modo como os não pobres olham para os que o são é, muitas vezes, revelador de uma injusta atitude de desconfiança. Por outro lado, este tem de ser um combate de toda a sociedade e não apenas de alguns dos seus grupos minoritários. Quando assim for, a sua capacidade para influenciar as decisões políticas reforçará, decisivamente, o empenhamento dos governos em cumprir compromissos assumidos.
A vitória deste combate, porém, nunca será alcançada enquanto não forem criados mecanismos que possibilitem, de forma efetiva, dar voz e poder aos pobres que têm o direito a viverem livres da situação em que se encontram e a assumirem os seus próprios destinos. Reconhecer este direito é um dever dos não pobres. …Esta luta – reafirmo – não é uma responsabilidade exclusiva dos poderes públicos. É imprescindível que a sociedade, no seu todo, participe na definição e concretização das estratégias consideradas necessárias
Citando o Dr João Lázaro, Presidente da Apav – A visibilidade das causas sociais está intimamente ligada ao marketing social. O marketing social é assim fundamental para uma organização como a APAV, que tem por Missão apoiar as vítimas de crime, as suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima.
De acordo com o Presidente da Associação Salvador, Salvador Mendes de Almeida – «Não são só as pessoas com deficiência motora ou mobilidade reduzida que têm a obrigação de se adaptar ao meio envolvente, mas é a sociedade que deve garantir a estas pessoas todas as condições de participação.»
Segundo a Professora Conceição vale D Agua, presidente da Pravi, Um dos fatores que mais pesou na criação e desenvolvimento do projeto da PRAVI foi a tomada de consciência do progresso científico relativamente ao conhecimento da sensibilidade e capacidades dos animais de companhia e do seu extraordinário valor social, atestado pelos resultados publicados em inúmeros trabalhos de investigação científica. Todos esses dados, que refletem a enorme importância social dos animais tornam incompreensível a enorme falta de ética, civismo e cultura existente no nosso país relativamente aos animais…, que são abandonados aos milhares, como simples objetos indesejados e sem qualquer préstimo, e muitos deles, vítimas ainda de brutais atos de crueldade.
Também a antropóloga, Ruth Calvão deixou a sua marca neste livro agora editado- «Faço votos para que a ética e os valores passem a desempenhar um papel mais proeminente nas escolhas para uma cidadania de igualdade e de oportunidades. O Marketing Social e a Comunicação correta são veículos de excelência para atingir os objetivos».