Os alunos do Colégio Luso – Internacional de Braga (CLIB) ficaram ontem a conhecer o trabalho desenvolvido pela Associação Salvador, uma instituição particular de solidariedade social, que tem desenvolvido vários projetos com vista à integração socioprofissional de pessoas portadoras de deficiência.
A diretora do CLIB, Helena Pina Vaz, salientou que a iniciativa surgiu de um pedido feito pelo colégio tendo em conta o objetivo de prevenir os alunos para os perigos de circular na rua.
“Este encontro surgiu no âmbito da prevenção rodoviária, em que pretendemos alertar os alunos para os perigos de andar na rua. A associação lançou o desafio às escolas para que aceitassem encontros deste género e nos apresentamos o pedido, que foi aceite”. Ainda assim a responsável do CLIB salientou que os alunos estão sensibilizados para as questões sociais, já que temas como este “devem ser do interesse das educadoras”, disse Helena Pina Vaz.
O presidente da associação, Salvador Mendes de Almeida pegou exatamente no tema da Prevenção Rodoviária, para afirmar que “há acidentes que poderiam não acontecer se as pessoas tivessem mais cuidado.” O presidente da Associação Salvador deu como exemplo o acidente de moto de que foi vítima aos 16 anos e que o deixou numa cadeira de rodas para toda a vida. “Tive que me adaptar a uma nova realidade”, disse Salvador Mendes de Almeida.
O responsável associativo apresentou os vários tipos de deficiência (visual, auditiva, motora e mental) mas incidiu o discurso na integração de pessoas com deficiência. “São pessoas iguais a cada um de nós”, disse.
Uma posição confirmada pelo testemunho de Carla Miranda que, sendo portadora de paralisia cerebral, conseguiu tirar o curso de medicina. “Não é por ser deficiente que não tenho capacidades de fazer algo. A maior parte das pessoas tem preconceito em relação às pessoas com deficiência. Não tenham medo de englobar pessoas com deficiência”, defendeu a jovem médica.
Em relação às barreiras arquitetónicas, Salvador Mendes de Almeida salientou que “tem havido, nos últimos anos, uma procura de maior consciência, mas isso por si só não basta. É preciso que haja agentes de mudança como as câmaras municipais e as juntas de freguesia que podem ter uma Acção mais fiscalizadora”.
Nesse sentido, também os alunos do CLIB foram convidados a terem um papel mais interativo tendo recebido, para o efeito, um automóvel desenhado em papel (para colocar nos carros estacionados nos passeios e em lugares de deficientes), um balão (que visa lembrar os perigos da condução sob o efeito do álcool) e um livro sobre as iniciativas da Associação Salvador.
Alguns dos alunos tiveram oportunidade de colocar questões sobre a identificação de automóveis que transportem deficientes e sobre o uso dos ‘balões’ para testes de álcool.